Rainhas da Inglaterra: Filmes e seriados para entender o trono britânico 

24 jan | 15 minutos de leitura

A coroa real nas telas

Pode ser complexo entender todas as Rainhas que a Inglaterra já teve e provavelmente você deve ser mais familiarizado com a Rainha Elizabeth II, ela que sempre está bem vestida e que possui elegância extrema.

Mas uma forma simples de conseguir entender, pelo menos algumas partes dessa história, é utilizando as telonas. Seja da sua TV, do cinema ou até do celular, as rainhas da Inglaterra foram personagens principais de diversos filmes e séries.

Confira uma breve história sobre elas e em quais produções você consegue entender mais sobre os reinados. 

Rainhas da Inglaterra: Filmes e seriados para entender o trono britânico

 

Filmes 

 

Duas Rainhas (2018)

Coroada rainha da Escócia quando tinha apenas um ano, Mary Stuart (1542-1587) ocupou também o trono da França depois de se casar, em 1558, com Francis II.

Dois casamentos depois, forçada a abdicar em 1567, ela buscou a ajuda de sua prima Elizabeth I da Inglaterra.

Percebida como uma ameaça, Mary ficou presa a mando de Elizabeth por 18 anos, em castelos e mansões no interior da Inglaterra, até ser julgada e executada por seu envolvimento em planos de assassinar Elizabeth I.

Duas Rainhas é dirigido por Josie Rourke, que fez uma adaptação do livro “Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart”, de John Guy.

A atriz Margot Robbie, que interpreta Elizabeth I, disse em entrevista à People, que seus colegas de elenco ficaram perturbados com sua caracterização, especialmente quando ela teve que retratar o período de varíola que a Rainha enfrentou. “Eu dizia: ‘Ei, como foi o seu fim de semana?’. Mas eles nem sequer chegavam perto de mim ”, lembrou. “Foi muito alienante. E eu me senti muito sozinha. Foi uma experiência social interessante.”

O filme estreia no Brasil em 14 de fevereiro de 2019.

 

A Favorita (2018)

O filme acompanha a rainha Anne (Olivia Colman), que tem Lady Sarah (Rachel Weisz) como sua grande amiga e confidente. As duas se conhecem desde a infância e Sarah usa a amizade para influenciar decisões importantes do país. Anne, muitas vezes toma decisões equivocadas e Sarah consegue ser perspicaz e, com isso, aprende a usar a amizade para conseguir algumas coisas.

Esse cenário muda com a chegada de Abigail (Emma Stone), uma prima distante de Sarah que busca emprego no castelo. Apesar de ser esperta, ela carrega um ar jovial que encanta Anne e desperta ciúmes profundos em Sarah. O que acontece a partir daí é uma sucessão de momentos absurdos envolvendo o trio.

Anne, Abigail e Sarah têm atitudes questionáveis durante a trama, mas tudo é justificado para fazer o público pensar em suas próprias ações. Será que você não faria o mesmo se estivesse no lugar dessas mulheres?

O filme é dirigido pelo Yorgos Lanthimos, de O Lagosta. 

 

A Outra (2008)

Anne (Natalie Portman) e Mary (Scarlett Johansson) são irmãs que foram convencidas por seu pai e tio ambiciosos a aumentar o status da família tentando conquistar o coração de Henry Tudor (Eric Bana), o rei da Inglaterra.

Elas são levadas à corte e logo Maria conquista o rei, dando-lhe um filho ilegítimo. Porém isto não faz com que Ana desista do seu objetivo, buscando de todas as formas passar para trás tanto sua irmã, quanto a rainha Catarina de Aragão (Ana Torrent).

Apesar de retratar a história de Ana e Maria Bolena, do Rei Henrique VIII e sua esposa Catarina de Aragão, o filme apresenta alguns pontos fictícios e chega a distorcer a personalidade tanto do rei como de Ana.

 

Elizabeth (1998)

Na Inglaterra de 1554, o país está dividido entre católicos e protestantes. Mary Tudor (Kathy Burke) está no poder e é uma católica fervorosa, mas tem um tumor que a deixa com os dias contados. Sua meia-irmã, Elizabeth (Cate Blanchett), uma protestante convicta é a primeira na linha de sucessão.

Elizabeth é levada até a rainha, que tenta fazê-la prometer que o país vai seguir o catolicismo. Mas, apesar de poder morrer, Elizabeth diz que será fiel a sua consciência. Já no leito de morte de Mary Tudor, o Duque de Norfolk (Christopher Eccleston) tenta fazer, em vão, com que a rainha assine a pena de morte de Elizabeth que, com a morte de Mary, seria coroada rainha.

Entretanto, Elizabeth herda um país falido, sem exército e com inimigos por todos os lados, até mesmo na sua própria corte, forçando-a a calcular cada passo para permanecer no poder. Inicialmente ela comete erros graves, mas gradativamente vai se firmando e, sempre aconselhada por Sir Francis Walsingham (Geoffrey Rush), ela planeja matar todos os seus inimigos para consolidar seu poder

 

Elizabeth – A Era de Ouro (2008)

Na Inglaterra de 1585, a rainha Elizabeth I (Cate Blanchett) está quase há três décadas no comando da Inglaterra, mas ainda precisa lidar com a possibilidade de traição em sua própria família. Simultaneamente a Europa passa por uma fase de catolicismo radical, que tem como testa-de-ferro o rei Felipe II (Jordi Mollá), da Espanha.

Apoiado pelo Vaticano e e com a Inquisição, Felipe II planeja destronar Elizabeth I, que é protestante, e restaurar o catolicismo na Inglaterra.

Preparando-se para entrar em guerra, Elizabeth busca equilibrar as tarefas da realeza com uma inesperada vulnerabilidade, causada por seu amor proibido com o aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen).

A Jovem Rainha Vitoria (2010)

Dominada por sua mãe possessiva (Miranda Richardson) desde criança, a jovem Vitória (Emily Blunt) se recusa a conceder a ela a regência nos últimos dias de seu tio, William IV (Jim Broadbent).

O maior interessado em que isto ocorra é John Conroy (Mark Strong), companheiro da mãe de Vitória, que sabe que perderá poder e prestígio quando ela for maior de idade e assumir a coroa inglesa. Pouco antes de ser coroada, Vitória se aproxima de Albert (Rupert Friend), príncipe da Bélgica.

Após ser coroada, ela passa a ser cortejada pelo lorde Melbourne (Paul Bettany), primeiro ministro da época. Dividida entre Melbourne e Albert, Vitória se vê diante de uma crise institucional devido à sua interferência nos assuntos políticos do país.

 

Séries

 

The Tudors

A série de 2007 até 2010, retrata a esplêndida Inglaterra do século XVIII, reinada por Henrique VIII (Johnathan Rhys Meyers). A série começa quando ele ainda está tentando o trono, à medida que se afasta de sua esposa, Catarina de Aragão, e se apaixona por Ana Bolena (Natalie Dormer).

O rei chega ao poder e se mantém forte apesar das armações e intrigas. Na vida pessoal, ele tenta maneiras para se divorciar de Catarina para se casar com Ana, em meio a muitas disputas e esquemas.

 

The Crown

Considerada uma das séries mais caras da Netflix e vencedora do Emmy, The Crown conta a vida da Rainha Elizabeth II e de seu reinado. Explora situações como a política e a vida pessoal de Elizabeth II.

Em The Crown podemos ter uma outra visão de como é ser uma rainha e não entender algumas atitudes de Príncipe Philip.

 

Elizabeth I: A Rainha Virgem

A série de 2005 aborda a vida de Elizabeth e Maria, filhas do rei Henrique VIII. Elizabeth é conhecida como “A Rainha Virgem” por nunca ter se casado. O primeiro episódio começa com a jovem Elizabeth confinada em uma torre de Londres pela rainha Maria, acusada de conspiração e traição.

O Rei Henrique VIII casou-se seis vezes e deixou a Inglaterra brigada com a igreja católica. Uma das primeiras missões de Maria como rainha é restabelecer a união com Roma enquanto Elizabeth é direcionada a permanecer com a fé protestante.

Mas a vida de Elizabeth toma um rumo inesperado quando a rainha Maria morre, deixando para ela o trono. Assim, a rainha Elizabeth descobre a cruel realidade de governar.

Como religião divide a nação, torna-se uma ameaça e ela precisa aprender a driblar seus inimigos que conspiram para seu fim. E para enfrentar todos os inimigos abdica sua vida pessoal, enfrentando o conflito pelo amor que não pode assumir devido a sua posição como rainha. Tornou-se historicamente, sem dúvida, a mulher mais poderosa do mundo.

 

Elizabeth – (2005) 

A telessérie foi produzida em 2005 e conta a história de Elizabeth (Helen Mirren), que está no trono e se nega a casar. Sem esposo e sem herdeiro direto, não há quem assuma o trono, com isso o país corre risco de uma guerra civil pela sucessão do trono.  Não há um herdeiro direto e, como conseqüência, há risco de guerra civil pela sucessão do trono.

 

 

Conheça as rainhas da Inglaterra – de 1553 até 2019

 

Rainha Maria I de Inglaterra

Dinastia: Tudor

Reinado: 1553 – 1558

Nascimento: 18 de fevereiro de 1516

Filha de: Henrique VIII e Catarina de Aragão

Casou com Filipe II de Espanha e não teve filhos

 

História

Maria I da Inglaterra não foi muito popular em seu reinado e foi a primeira a reinar por direito próprio. Ela foi a única filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão, sua primeira esposa. Maria foi a única filha do casal a chegar à vida adulta.

Seu reinado foi marcado por sangue e fúria, pois ela queria restaurar o catolicismo na Inglaterra. Para isso, ela perseguiu e matou centenas de protestantes e acabou recebendo o apelido de “Bloody Mary”, ou “Maria Sanguinária”. Ela queria reatar as relações do país com Roma, que foram abaladas pelo seu pai, que fundou a Igreja Anglicana.

Maria, com 37 anos, precisava assegurar a restauração religiosa e precisava de um herdeiro católico para que o trono caísse nas mãos de sua meia-irmã Elizabeth I. Com isso, Maria se casa com Filipe II da Espanha. O casamento não gerou herdeiros e Filipe, mesmo passando pouco tempo como rei, aboliu o comércio inglês com as colônias portuguesas e espanholas; declarou guerra à França e arrastou a Inglaterra para o conflito militar, perdendo uma do país.

Rainha Maria I morreu aos 42 anos, vítima de uma epidemia de gripe e como não tinha filhos, foi sucedida pela meia-irmã Elizabeth I.Rainhas da Inglaterra - Rainha Maria I era filha de Henrique VIII

 

Rainha Elizabeth I

Dinastia: Tudor

Reinado: 1558 – 1603

Nascimento: 7 de setembro de 1533

Filha de: Henrique VIII e Ana Bolena

Não se Casou

 

História

Após a morte da meia-irmã, Elizabeth I sobe ao trono com 25 anos. Sua mãe, Ana Bolena, foi acusada de trair o marido, o rei Henrique VIII. Por ordem dele, Ana Bolena foi decapitada dois anos após o nascimento da filha e o casamento foi anulado, fazendo Elizabeth perder todos os seus direitos ao trono. Porém, como Maria não havia deixado herdeiros, ela se tornou rainha.

Uma das primeiras medidas como rainha foi estabelecer a estrutura anglicana da igreja. A rainha era querida e respeitada por todos e um dos projetos foi o engrandecimento da Inglaterra. Ela centralizou o poder e raramente convocada o Parlamento, tomando para si todas as decisões. Ou seja, ela estabeleceu o absolutismo.

Elizabeth I fez da Inglaterra a maior economia da Europa. Ela nunca se casou e tinha a ideia de que a escolha de um marido poderia provocar instabilidade política.

A tarefa de encontrar um sucessor para o trono foi de Roberto Cecil, filho de Guilherme Cecil, principal conselheiro de Elizabeth. Roberto começou uma conversa com o rei Jaime VI da Escócia. O conselheiro disse ao rei para ser gentil com Elizabeth e ele conquistou a rainha, que aceitou Jaime como seu sucessor.

Em 1602, a saúde da rainha começou a enfraquecer quando diversas pessoas próximas começaram a falecer, deixando Elizabeth em uma grande depressão. Em 1603 a rainha faleceu e Cecil e o conselho colocam os planos em movimento, proclamando Jaime da Escócia como Jaime I da Inglaterra.Rainhas da Inglaterra - Rainha Elizabeth I subiu ao torno com 25 anos

 

Maria II de Inglaterra

Dinastia: Stuart

Reinado: 1689 – 1694

Nascimento: 30 de abril de 1662

Filha de: Jaime II e Ana Hyde

Casada com o rei Guilherme III, mas não tiveram filhos

 

História

Junto com seu marido e primo Guilherme III, governava Inglaterra, Escócia e Irlanda. Ambos tornaram-se reis após a “Revolução Gloriosa”. Após a morte de Maria, em 1694, Guilherme continuou governando, mas não casou novamente.

Maria possuía menos poder quando Guilherme estava na Inglaterra, sendo o rei a autoridade, mas Guilherme dependia muito da esposa. Quando o marido estava no exterior, em campanhas militares, Maria agia sozinha, sendo uma governante firme, poderosa e eficaz.Rainhas da Inglaterra - Maria II de Inglaterra era esposa e governava ao lado de Henrique III

 

Rainha Anne

Dinastia: Stuart

Reinado: 1702 – 1714

Nascimento: 6 de fevereiro de 1665

Filha de: Jaime II & VII e Ana Hyde

Casou com Jorge da Dinamarca e teve um filho

 

História

Anne ou Ana foi Rainha da Inglaterra, Escócia e Irlanda, e acabou unindo a Inglaterra e a Escócia em um único estado soberano, o Reino da Grã-Bretanha. Ela era irmã de Maria II e quando Guilherme III morreu, ela assumiu o trono.

Anne nasceu durante o reinado de Carlos II, que era seu tio e não tinha herdeiros legítimos. O pai de Anne era o primeiro na linha de sucessão, mas foi deposto pela Revolução Gloriosa, três anos após assumir o trono.

A saúde de Anne sempre foi frágil e, a partir dos 30 anos a situação foi piorando. A história conta que Anne ficou grávida 17 vezes do seu marido, o príncipe Jorge da Dinamarca. Anne morreu sem deixar herdeiros e foi, assim, a última monarca da dinastia Stuart. O sucessor da rainha foi seu primo Jorge Ida, da Dinastia Hanôver, que era descendente dos Stuart.

O reinado de Anne foi relativamente curto e muitos dizem que foi ofuscado. Durante seu governo, dois sistemas de partido surgiram. Os tories, que apoiavam a Igreja Anglicana e eram a favor da propriedade territorial da nobreza do país, sendo considerado conservador e os whigs, que estavam alinhados com os interesses comerciais dos protestantes, considerados liberais.

Alguns historiadores contam que as mulheres dominaram a arena política, isso porque Anne tinha algumas “favoritas”, sendo Sarah Churchill, duquesa de Marlborough, e Abigail Masham, a baronesa Masham. Ambas definiram a trajetória do reinado.Rainhas da Inglaterra - Rainha Anne uniu Inglaterra e Escócia

 

Rainha Vitória

Dinastia: Hanôver

Reinado: 1876 – 1901

Nascimento: 24 de maio de 1819

Filha de: Príncipe Eduardo, Duque de Kent e Strathearn, e princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld

Casou com Albert de Saxe-Coburgo-Gota teve nove filhos

 

História

A Rainha Vitória governou a Inglaterra e Irlanda e também foi Imperatriz da índia. Vitoria foi coroada aos 18 anos de idade e reinou por 63 anos. Seu governo ficou conhecido como “Era Vitoriana”. A rainha foi a última monarca de sua dinastia.

O governo de Vitória foi um período de mudança industrial, política, científica, cultural e militar no Reino Unido. Vitória casou-se com seu primo, Albert de Saxe-Coburgo, na Capela do Palácio de St. James, em Londres. O casal foi o primeiro membro da família real a morar no Palácio de Buckingham.

Os primeiros anos de reinado foram difíceis, envolvendo as lutas contra o exército napoleônico e o bloqueio continental. Isso dificultou a entrada de produtos para a população, que sofria com a fome. Pragas também atingiram plantações e uma epidemia atacou criações. Isso levou milhares camponeses a deixar a vida no campo para buscarem trabalho nas fábricas.

Os ministros Disraeli e Gadstone fizeram grande parte da política do governo, tornando pequena a participação da rainha na vida política. Na segunda metade do século XIX, a Grã-Bretanha era a primeira colocada entre as potências mundiais.Rainhas da Inglaterra - Rainha Vitória governou por 63 anos

 

Rainha Elizabeth II 

Dinastia: Windsor

Reinado: 1952 – presente

Nascimento: 21 de abril de 1926

Filha de: Jorge VI do Reino Unido e Isabel Bowes-Lyon

Casou com Filipe da Grécia e Dinamarca e tem quatro filhos

 

História

Elizabeth II, quando nasceu, era a terceira na linha sucessória, depois do tio e do pai. Por isso, não era esperado que Elizabeth assumisse o trono.

O Rei George V, avô de Elizabeth morreu e o filho mais velho, Edward VIII, assumiu como novo rei, porém ele abdicou do trono. O motivo para a renúncia foi o casamento com a norte-americana Wallis Simpson. Quem assumiu o trono foi George VI, pai de Elizabeth. Depois de 16 anos no poder, George VI falece e Elizabeth é coroada rainha, em 1952.

A rainha é casada com o Príncipe Philip, que tinha cidadania grega e dinamarquesa. Para que o casamento com Lilibeth (como é conhecida a rainha), ele teve que abrir mão das duas nacionalidades e se converter ao anglicanismo.

A rainha, antes mesmo de ser coroada, teve que lidar com alguns compromissos, pois substituía o pai quando ele estava doente. O reinado de Lilibeth teve diversos altos e baixos, como a morte de seu pai, o assassinato de um tio do príncipe Filipe, o fim dos casamentos de seus três filhos, a morte da Princesa Diana, as mortes de sua irmã e mãe em 2002.Rainhas da Inglaterra - Elizabeth II está com a coroa há 67 anos

 

Próxima rainha na fila de sucessão

Depois de Elizabeth II, a próxima mulher, na fila se sucessão seria a Princesa Charlotte de Cambridge, filha de William e bisneta de Elizabeth II.Rainhas da Inglaterra - Princesa Charlotte de Cambridge é a próxima mulher na linha de sucessão ao trono