Confira uma entrevista exclusiva com Daniel Furlan, roteirista e ator do Choque de Cultura

21 fev | 4 minutos de leitura

Humorista revelou planos futuros e falou sobre seus projetos de sucesso

Entrevista Daniel Furlan

Achou que não ia ter Choque de Cultura em Ombrelo? Acho errado, otário! Começando mais uma entrevista exclusiva, e hoje: Daniel Furlan (perguntando e respondendo). Tivemos a honra de bater um papo bem legal com o comediante Daniel Furlan, roteirista e ator do Choque de Cultura, um dos maiores fenômenos atuais do Youtube Brasil. Intérprete de Renan da Towner Azul Bebê, Daniel falou sobre início da carreira, outros projetos atuais (Falha de Cobertura, Irmão do Jorel), próximos passos e até um filme do Choque de Cultura. São muitas ideias boas, e falo com tranquilidade: ele tem talento pra isso!!

Entrevista com Daniel Furlan

 

Como e quando você decidiu que iria trabalhar com humor?

Em 2003 eu meus colegas de UFES, Juliano Enrico, Gabriel Labanca e Keka, lançamos uma revista de humor em quadrinhos, a Quase. A intenção era trabalhar com quadrinhos impressos, mas acabou, infelizmente, virando a TV Quase.

 

Você começou como quadrinista e depois migrou para o audiovisual (tv, cinema, internet). Foi difícil fazer essa transição? 

Não foi, porque eu fui obrigado. Na época dos primeiros vídeos da Quase (Seu Zezin etc), o Juliano e o Raul Chequer acabaram me convencendo a ir pra frente da câmera e desistir dos quadrinhos.

 

Os jovens dos anos 1980 e 1990 sempre tiveram a MTV como um exemplo. Como foi trabalhar na emissora, mesmo durante os momentos finais?

Me sentia um espectador fazendo programas ali de dentro também. E foi bem intenso o volume de trabalho, porque eu e Juliano sabíamos que tínhamos pouco tempo ali. Então a gente praticamente (e muitas vezes literalmente) dormia lá pra fazer o nosso pouco tempo ali render.

Entrevista Daniel Furlan
Juliano Enrico e Daniel Furlan em “O Último Programa do Mundo”, da MTV Brasil.

Como surgiu a ideia do Choque de Cultura?

O Omelete pediu pra gente fazer um Falha de Cobertura sobre cinema, e a gente preferiu fazer um novo, usando como base o Julinho da Van Talkshow, um piloto que o Caito Mainier fez com o Leandro Ramos e (acredite) o Bruno Medina do Los Hermanos. Só que eles falavam só sobre van. Sugeri pegar aquilo e botar o Rogerinho do Ingá, que já estava popular por causa do Último Programa do Mundo, e criamos os outros dois personagens: Renan e Maurilio dos Anjos.

 

Os personagens do Choque são muito bem construídos, todos têm backgrounds e trejeitos coerentes. Vocês se inspiraram em pessoas ou relatos reais?

Sim. No meu caso o Renan fala como um vendedor de mate que conhecemos quando a gente tava fazendo o Falha de Cobertura nas Olimpíadas do Rio. Ele ficava perto da arena de vôlei de praia em Copacabana, e a gente sempre comprava com ele. Mas é só no jeito de falar. As histórias eu uso muitas mais ou menos reais: a mãe me levar no veterinário, a aranha caranguejeira no quarto, as britas na cabeça, a alimentação à base de Kinder Ovo, são todas histórias reais da minha infância, mas que a gente cria em cima. E outras são totalmente inventadas mesmo.

 

Como é o processo de criação dos episódios (escolha de temas, redação das piadas, finalização do roteiro etc)? 

O Omelete manda pra gente sugestões de filmes e temas, e suas respectivas datas de lançamento. A gente acrescenta outros e escolhe baseado no que a gente acha mais engraçado ou relevante e que a data de lançamento faça sentido com o dia que nosso episódio vai pro ar. Aí assistimos os trailers e anotamos todas as ideias, depois algum infeliz pega pra fazer a redação final, a gente faz uma leitura, muda, faz um ensaio, muda e vai gravar – onde muda também porque tem os improvisos. Aí alguém edita e todo mundo sugere mudanças na edição a cada novo corte que chega. Demora uns dias.

Muitos dos seus fãs são nerds. Você acredita que essa identificação acontece por qual motivo? 

Acho que essa coisa de falar de cinema, muitas vezes sobre filmes de super-heróis. E também pelo programa estar no Omelete. Ou talvez seja simplesmente uma maldição.

 

Você também é um dos responsáveis pelo “Amada Foca”. Qual é o seu personagem favorito? Por quê?

Gosto muito do Padre Eliseu, não sei por quê. Pra mim é muito natural ficar falando aquelas atrocidades com aquela voz. Teve uma época, quando eu e Raul ainda fazíamos a TV Quase numa salinha em Vitória, que a gente se comunicava exclusivamente através daquela voz.

 

Quais projetos profissionais você pretende desenvolver nos próximos anos? Podemos esperar um longa-metragem do Choque de Cultura?

É algo que passa pela nossa cabeça, longa ou série de ficção do Choque. Mas roteiro desenvolvido de longa mesmo temos do Falha de Cobertura. Fora isso, em 2018 estarei num longa chamado “Uma Quase Dupla”, ou algo assim, com Tatá Werneck, Cauã Reymond e o Caito Mainier. Também estarei numa série no Netflix chamada Samantha, além, obviamente, das próximas temporadas do Irmão do Jorel, Choque de Cultura e Falha de Cobertura (Copa do Mundo de 2018). Isso sem falar na temporada d’O Último Programa do Mundo que tá rolando na TV Quase ainda.

Entrevista Daniel Furlan
Falha de Cobertura vai falar muito sobre a Copa do Mundo de 2018.

Para terminar: Renan, Escroto Gomes ou Daniel Furlan?

Qualquer um menos Daniel Furlan.

Conheça alguns dos trabalhos de Daniel Furlan:

Choque de Cultura

Falha de Cobertura

Amada Foca

O Último Programa do Mundo

Irmão do Jorel

 


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