No Dia Internacional da Dança, confira entrevista com Vivian Mockdece

27 abr | 4 minutos de leitura

Vivian Mockdece é quase um sinônimo de “dança” em Juiz de Fora. Seu Studio de Dança Vivian Mockdece é um dos mais tradicionais da cidade, tendo sido fundado em 1995 – 23 anos atrás. Por lá, os alunos e as alunas podem optar por aprender os mais variados estilos da arte, do Balé Clássico à dança de rua, passando também por Jazz, sapateado, dança contemporânea…

Bom, para comemorar o Dia Internacional da Dança, 29 de abril, a gente bateu um papo com a Vivian. Conversando sobre seu assunto favorito, ela contou sobre a carreira, a decisão de segui-la e deu seus pitacos sobre a importância da dança como expressão corporal e os maiores desafios de quem decide se envolver profissionalmente com ela e os prazeres de se trabalhar com crianças. Confira:

 

Primeiramente, gostaria que você falasse um pouco sobre você, sua carreira e sobre seu Studio, que é muito conhecido e respeitado em Juiz de Fora. Desde quando ele existe? 

Meu currículo é bem extenso. Mas seria interessante citar algumas como: Professora de Educação Física ( UFJF), Pós-Graduada em Práticas Curriculares (PUC- RJ), Pós Graduada em Psicomotricidade (Gama Filho –RJ) e Pós Graduação e Registro na Royal Academy of Dance – (Londres). Fiz cursos também no Exterior: Rússia, Londres e Nova Iorque. O Studio foi fundado em 1995, sendo que havia outra escola com outro nome a qual eu era diretora. Ballet Art

 

Neste domingo, dia 29, é comemorado o Dia Internacional da Dança. O que fez com que você se apaixonasse e decidisse trabalhar com ela?

Esta pergunta é mais difícil (risos). Não planejei chegar até aqui. Foi acontecendo. A própria Dança me escolheu e me resgatou de outra profissão. Acredito que, como em qualquer carreira, a dedicação é a aliada para atingir seu objetivos. Meu trabalho é gratificante, pois temos o privilégio de trabalhar o lúdico, o imaginário, a fantasia e o reconhecimento dos aplausos (pelo menos esperamos por eles). Mas de qualquer maneira, estudar , reciclar e nunca se acomodar é o melhor para qualquer um, pois nem sempre trabalhar com a arte termina com flores ao encerrar o espetáculo. Existe alto custo para estas montagens.

 

Na sua visão, qual é a importância da dança como forma de expressão para o ser humano?

Acredito que a Arte nos diferencia como seres Humanos. Temos em nossa essência a necessidade de expressar, criar, transmitir sentimentos e nos comunicar. E foi através da Dança que os primeiros seres humanos se comunicaram.

 

As crianças que têm aulas no seu Studio têm muito carinho por você. Qual a importância de se aprender a dançar desde a infância, independentemente do gênero?

Uma das coisas que percebo é que na minha carreira vemos a criança crescer. Diferente da professora de aula acadêmica que fica com a criança por um ano letivo. No ballet tenho aluna que começou pequena, com cinco anos, e hoje está se formando em Medicina e ainda faz aulas comigo. Elas sentem prazer em ter aulas. São momentos de lazer, de emoção, de prazer. Sentem falta da música, do movimento e da emoção das apresentações. E eu amo ter este contato com as pessoas. Saber que posso mudar para melhor a vida delas, pois se dançando elas são felizes, por que não dançar e esquecer do mundo fora da sala e viver naquele momento um mundo de cultura, arte e diversão?

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No Brasil, quais são os maiores desafios de uma dançarina ou de um dançarino que decidem se profissionalizar e escolhem a dança como carreira?

No Brasil, há uma “fábrica de Bailarinos” que, por motivos que já sabemos, saem em busca de oportunidades em companhias de Ballet. No exterior. Mesmo assim, ainda temos Grupos de Dança que tentam sobreviver aqui, buscando patrocínio e incentivos.

 

Acha que o artista tem o devido incentivo hoje em nosso país?

No momento atual não. Já foi bem melhor. Esperamos que na próxima gestão as coisas aconteçam.

 

E quais são os desafios de ensinar-se a dançar?

Sempre terão desafios para um professor. Mas na dança há o diferencial de ensinar a sentir emoção, transportar-se para o mundo da interpretação de corpo e alma, pensar no espaço que terão que ocupar e, às vezes, vencer a dor física. Superar o esforço e se manter firme até o fim da música. Muitas vezes, a bailarina sente dor. Mas continua e se mantém sorrindo até o final.